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Leite - Dá saúde e faz crescer?

Atualizado: 9 de mai. de 2019

Dá! - O leite humano é bom para o bebé, o leite da vaca é bom para o bezerro, o leite de cabra é bom para o cabrito e o leite de ovelha é bom para o cordeiro! Não há melhor leite do que o da nossa progenitora!

MAS...

Conhecem alguma espécie de animal que beba leite em idade adulta? Mais ainda, conhecem algum animal que beba leite de outras espécies? (Eu sei que este argumento é fraquinho porque nós somos capazes de fazer mil e uma coisas que outras espécies não conseguem! Mas continuem a ler...) O leite de vaca, bem como de outros mamíferos, tem uma composição de macronutrientes semelhante ao leite humano, no entanto, cada leite é adaptado à espécie que o produz. Não existe alimento melhor para um mamífero do que o leite da sua progenitora!


No exemplo da espécie humana, o leite materno é composto por 87% de água e pelos seguintes constituintes em % relativa de gramas por litro de leite:

Por convenção assume-se que as gorduras possuem 9kcal/g e os hidratos de carbono e as proteínas 4kcal/g. Atendendo à produção energética (energia), e excluindo os oligosacarídeos pois não são digeridos (alimentam somente a microbiota intestinal, tal como as fibras), o leite materno traduz-se num perfil de macronutrientes de 54% gorduras, 29% hidratos de carbono e 7% proteína (1).

Lactose


A lactose (dissacarídeo) é a segunda maior fonte de energia no leite materno de qualquer mamífero. É composta por 2 moléculas unidas entre si, a galactose e a glucose. Para que haja absorção de lactose no intestino, é preciso ocorrer a quebra da ligação molecular glucose/galactose, e para isso, é preciso que exista a enzima lactase.


Confusos? É simples! Vamos olhar para nós próprios e ver o que a evolução tem a dizer! Durante o período de gestação, a expressão do gene que codifica a enzima lactase vai aumentando, sendo que a sua expressão é máxima na altura do nascimento. A capacidade de digestão da lactose presente no leite materno é crucial para o bebé e só é possível devido à enzima lactase. No entanto, curiosamente, após os primeiros meses de vida, a atividade desta enzima começa a diminuir, sendo que poderá atingir 10% da sua concentração inicial na idade adulta (2).


Enquanto espécie NÃO evoluimos a consumir leite em adultos. Essa prática surgiu à cerca de 10000 anos (não há muito tempo, se considerarmos que o género Homo apareceu à 2 milhões de anos atrás), com a revolução do neolítico. O homem passou a explorar os animais como fonte de leite e derivados (3). Portanto, e atendendo ao ponto de vista evolutivo, a lactose é só mais um açúcar, presente no leite e nos seus derivados, que estamos desnecessariamente a consumir enquanto adultos. Em pessoas sensíveis, sem possibilidade de ser decomposta, a lactose vai levar a uma série de transtornos gastro-intestinais que poderão ser ligeiros ou graves, consoante o grau de intolerância (2).


Mas então e no caso de não termos sensibilidade/intolerância à lactose, será sensato deixar de consumir leite? - Perguntam vocês. Os estudos científicos são divergentes no que toca a esta matéria.

Em alguns estudos verifica-se que o consumo de leite induz o envelhecimento precoce, stress oxidativo e consequentemente redução da esperança média de vida, inflamação crónica, neurodegeneração, diminuição da resposta imunitária, alterações na transcrição de genes (4,5) e ainda (ironicamente) aumento do número de fraturas (6-8).

Num destes estudos, fez-se um ensaio com ratinhos, durante 7 semanas. Os animais foram injetados subcutaneamente com galactose (produto da quebra da lactose, como já vimos mais atrás) a uma concentração de 100mg/kg, o que num ser humano corresponde a 1-2 copos de leite por dia. Ao longo do tempo, observou-se um aceleramento no envelhecimento celular, um défice de memória espacial, apoptose (morte celular), diminuição no número de novos neurónios e mais destruição de neurónios recentemente formados (4).


O aumento do stress oxidativo, envelhecimento e inflamação são não só promotores de doenças cardiovasculares e cancro, como também da perda de densidade óssea e muscular (6, 9-10). Assim, as recomendações de algumas entidades, que dizem para aumentarmos a ingestão de leite e desta forma prevenir fraturas, parecem não só ser contraditórias, com também têm falhado em apresentar provas concretas. Para estas entidades, o leite tem cálcio e os argumentos giram muito à volta disto.

O cálcio é um mineral que é utilizado para diversas funções, incluindo criação e manutenção do osso e dentes, coagulação do sangue, transmissão de impulsos nervosos e regulação do ritmo cardíaco. O corpo recebe o cálcio de que precisa de duas formas, uma é através da alimentação e a outra é indo buscá-lo diretamente ao osso.

Com toda a certeza não queremos que o nosso corpo vá buscar o cálcio de que precisa ao osso e portanto resta-nos assegurar que nos alimentamos convenientemente! As folhas verdes (ex. couve galega) são uma excelente alternativa ao tão posto em causa, copo de leite! Afinal de contas onde é que as vacas vão buscar o cálcio? Ao pasto! Quanto mais verdes são as folhas ingeridas, mais ricas em cálcio serão!

Mas há que perceber que o problema do leite vai muito para além da lactose! Muitas vezes oiço discussões, acerca dos benefícios/malefícios do leite, centradas nisto e somente nisto... os defensores dizem que é uma fonte de cálcio e a oposição riposta com o assunto "lactose"! Esta questão para mim, é só uma pontinha do icebergue!

Caseína

Sabemos que o leite é frequentemente mal tolerado pelo trato gastrointestinal, problema que se pode extender para lá da intolerância à lactose. Para muitos o leite pode causar inchaço, prisão de ventre e refluxo (11). Em outras pessoas pode estar ligado ao aparecimento de eczemas, agravamento de sinusites e rinites, enxaquecas e dores nas articulações (12). Quem nunca ouviu um médico dizer para não bebermos leite se estivermos com expetoração ou congestionados? Isto deve-se ao fato de o leite ser um alimento que agrava a produção de muco (o microambiente perfeito para estabelecimento de infeções oportunistas).

A caseína é a principal proteína do leite, correspondendo a cerca de 80% do conteúdo proteíco do leite de vaca. Esta proteína desencadeia reações alérgicas ou inflamatórias no intestino (leaky gut) que poderão explicar o aparecimento dos sintomas/doenças mencionados no parágrafo acima.


O trato gastrointestinal é o maior sistema de órgãos que temos e é de extrema importância. Ora vejamos, tudo começa na boca, com a ingestão de alimentos. A comida percorre todo o trato gastrointestinal, desdobrando-se nos seus constituintes básicos.

No estômago produzem-se enzimas que decompõe a comida, no pâncreas há produção de enzimas que decompõe macronutrientes (Lípidos, Hidratos de Carbono e Proteínas) e no fígado ocorre produção de enzimas que digerem lípidos e algumas vitaminas.

O intestino delgado é o órgão que recebe e absorve a maior parte dos nutrientes da nossa comida, nele existem células especializadas que ajudam estes nutrientes a passar a barreira intestinal diretamente para a corrente sanguínea.


Imaginem a barreira intestinal como uma rede de pesca de malha apertada, que existe para impedir a entrada de patogéneos na corrente sanguínea. Tal como numa rede de pesca, apenas as unidades mais pequenas deveriam ser capazes de cruzar esta barreira física, no entanto quando a malha é danificada, fica um buraco aberto para a entrada aleatória de outras unidades (patogéneos).


Uma vez que o nosso corpo funciona em sincronia perfeita, o sistema imunitário é logo chamado a intervir. Para eliminar esses patogéneos, o sistema imunitário reage agressivamente atacando-os diretamente. De cada vez que a resposta imunitária é acionada, isso causa inflamação. A inflamação passa a ser um grande problema quando se torna numa inflamação crónica, devido à exposição frequente a patogéneos.

Resumindo, quando a barreira intestinal é não intencionalmente destruída, criam-se buracos que deixam não só passar nutrientes como também toxinas para a nossa corrente sanguínea causando intolerâncias alimentares, ganho de peso, descontrolo hormonal, doenças autoimunes, desejos por açúcar e alterações no trânsito intestinal.


Mas o que tem a caseína a ver com isto? Tudo! A caseína, tal como o glúten, desencadeia a resposta imunitária e promove a criação de buracos na nossa barreira intestinal, expondo-nos a toxinas.


Existem diferentes tipos de caseína, mas vamo-nos focar na mais predominante no leite de vaca, a beta-caseína. Existem 2 variantes genéticas da beta caseína a A1 e a A2 (13). A variante A2 é a original e sofreu uma mutação nas manadas à cerca de 10000-5000 anos atrás resultando na variante A1 na europa (14). Curiosidade: O leite humano possui a variante A2!


Não entrando em detalhes muito complicados, foi demonstrado em modelos animais que a beta-caseína A1 estava associada ao aumento de inflamação no intestino (15,16).

Também em ensaios clínicos com pessoas que desconheciam ter intolerância ao leite, se verificaram diferenças na consistência das fezes, alterações no trânsito intestinal e desconforto abdominal que poderão ser provocados por fatores proinflamatórios presentes na beta-caseína (15-17).


Hormonas de crescimento e Antibióticos


Para além dos constituintes da bebida, será que já se parou para pensar na realidade dos animais que produzem o leite? Serão os mesmos animais que pastavam e ruminavam e demoravam "imenso" tempo a crescer nos campos verdejantes do neolítico? Que ideia temos daquilo que acontece aos animais hoje em dia antes de serem explorados?


À muito que a procura por produtos de origem animal e seus derivados superou a capacidade de resposta dos produtores. Assim, "sem alternativa" os animais são agora injetados com hormonas de crescimento e antibióticos pelos produtores, o que lhes permite obter mais leite, em menos tempo e assim fazer face à procura.


Obviamente que isto tem repercussões na saúde dos animais e o exemplo disso é o crescente de infeções que se verifica em animais de produção intensiva e resistência a antibióticos. Quem nunca viu imagens de vacas com mastites (tetas inchadas e infetadas) e nunca foi alvo da brincadeira "cuidado que tu bebes pus de vaca"? É, pois, secalhar sou só eu que me dou com as pessoas erradas!


Na realidade esse pus, são células somáticas e a quantidade destas é altamente regulada na europa. Qualquer leite de vacas produzidas em regime intensivo contêm uma quantidade considerável destas células. Sempre que a infeção desencadeie a libertação de níveis superiores aos regulamentados o leite não pode ser vendido para consumo, sob risco de sansão grave (18).


E na saúde humana, qual a repercussão da ingestão de hormonas quer naturalmente presentes quer recombinantes (criadas em laboratório)? Os estudos indicam que quer as hormonas naturais quer as recombinantes aumentam a produção de leite pelo aumento da hormona hepática, IGF-1 (insulin-like growth factor) e que existe uma associação positiva entre o consumo de leite e o aumento de IGF-1 livre no nosso organismo (19).


A nível molecular, o crescimento celular, a proliferação, a síntese de proteínas e lipídos, os processos metabólicos anabolizantes e a inibição da autofagia são mediados pela quinase mTORC1 que é ativada por, entre outros, aminoácidos de cadeia ramificada, a leucina, que é o aminoácido mais abundante das proteínas do soro do leite e IGF-1 (20).


O leite de vaca parece promover a via de sinalização mTORC1, fornecendo aminoácidos que funcionam como mensageiros endócrinos que aumentam a produção de IGF-1, bem como microRNAs que atenuam os efeitos de várias proteínas supressoras de tumores (20-22).

Ultra Pasteurização (UHT)

A ultra pasteurização é um processo que consiste em submeter alimentos a altas temperaturas e logo de seguida a baixas temperaturas, criando um choque térmico que destrói microorganismos patogénicos eventualmente presentes no alimento a pasteurizar. Este processo permite extender o tempo de vida do leite (que dura meses nas embalagens tetra pack sem se estragar) e faz com que não seja preciso mante-lo refrigerado. Um sem fim de vantagens portanto!


O leite cru, pelo contrário, levanta algumas questões a nível de segurança alimentar e saúde pública. Com o advento da pasteurização diminuiu o número de casos de doenças transmitidas pelo leite, como a brucelose, febre tifoide ou listeriose. Mas será que estas mesmas questões de saúde pública também podem ser lançadas ao leite pasteurizado?


Sabe-se que a ultra pasteurização por si só garante a destruição virtualmente completa de bactérias, deixando o leite tecnicamente estéril. No entanto, os consumidores de leite UHT poderão estar a ingerir mais químicos e toxinas do que quem consome leite cru. Devido à potente ação da pasteurização, os produtores podem dar-se ao luxo de criar animais em condições pouco desejáveis, em ambientes fechados, sobrepopulados e alimentados com uma dieta à base de cereais e milho, quando todas as pessoas sabem que as vacas são ruminantes e que o seu trato gastrointestinal está adaptado ao consumo de pasto!


O aquecimento do leite pode resultar em compostos potencialmente perigosos (23), bem como na destruição de certas vitaminas e antioxidantes (24) segundo certos artigos. Mas até que ponto as enzimas do leite são destruidas ou a percentagem de vitaminas é diminuida devido ao processo, isso não vos consigo responder! Aquilo que se observa é uma destruição de bactérias probióticas conjuntamente com as patogénicas e isso preocupa-me mais do que a diminuição de vitaminas e minerais que podemos ir buscar a um sem número de alimentos.


Se assim de repente tivesse que escolher um leite de vaca para dar a uma criança, ou se tivesse que indicar um bom leite para aquela pessoa que teima em dizer que não vive sem ele... Eu diria leite comprado diretamente ao produtor de vacas A2 criadas ao ar livre, alimentadas a pastagem e ordenhadas por métodos mecânicos com garantia de controlo sanitário rigoroso e depois fervido.

Parece de loucos não? As alternativas essas são bem mais fáceis de encontrar, não beber leite, beber "leite" não aditivado de frutos secos, beber leite de cabras ou ovelhas criadas em regime extensivo (pasto) ou leite de pseudocereais (quinoa, arroz, aveia).

O que acontece no mundo?

Os produtos lácteos não fazem parte da dieta na China e no Japão e no entanto, esses países possuem duas das menores taxas de osteoporose do mundo (25). Outro estudos mostram que os maiores consumidores de leite no mundo (EUA, Canadá e Austrália) possuem, também, a maior incidência de osteoporose (26).

Derivados do leite


No entanto é importante distinguir entre consumo de leite e os seus derivados pois existe uma resposta inflamatória menor e menos stress oxidativo quando são consumidos os derivados fermentados e maturados a partir do leite cru.


Devido ao seu baixo conteúdo em lactose (açúcar), galactose (açúcar) e caseína (proteína) e efeito antioxidante, anti-inflamatório e com efeitos positivos na microbiota intestinal (probiótico), os iogurtes naturais gordos, as natas frescas não UHT, as manteigas e os queijos curados são uma escolha muito mais acertada e alternativa ao leite.

Apesar de serem produtos dispensáveis no dia a dia (partindo do princípio que consomes hortícolas), são aceites para consumo moderado e para auxílio na confeção de certas receitas. Importa escolher a origem, de preferência de animais de pasto e de produção extensiva sem qualquer aditivo alimentar. A gordura presente nestes alimentos também ajudará a manter a saciedade por muito mais tempo dando-nos um conforto extra evitando que andemos sempre a petiscar.


Espero ter ajudado a esclarecer algumas questões, muito fica por falar e por discutir, mas o mais importante é medir os prós e os contras e decidir em favor da nossa saúde e daqueles que estão a nosso cuidado.


Acima de tudo espero que a leitura tenha sido de fácil compreensão! Estou sempre aberta a contra-argumentação, crítica e dúvidas. 😃😘

Bibliografia (1) Jaminet, P.; Jaminet, S.C. Perfect Health Diet: regain health and lose weight by eating the way you were meant to eat. UK edition. England: Scribner, 2013.

(2) Deng, Y., Misselwitz, B., Dai, N. and Fox, M. (2015). Lactose Intolerance in Adults: Biological Mechanism and Dietary Management. Nutrients, 7(9), pp.8020-8035.

(3) Silanikove, N., Leitner, G. and Merin, U. (2015). The Interrelationships between Lactose Intolerance and the Modern Dairy Industry: Global Perspectives in Evolutional and Historical Backgrounds. Nutrients, 7(9), pp.7312-7331.

(4) Cui, X., Zuo, P., Zhang, Q., Li, X., Hu, Y., Long, J., Packer, L. and Liu, J. (2006). Chronic systemic D-galactose exposure induces memory loss, neurodegeneration, and oxidative damage in mice: Protective effects of R-α-lipoic acid. Journal of Neuroscience Research, 83(8), pp.1584-1590.

(5) Cui, X., Wang, L., Zuo, P., Han, Z., Fang, Z., Li, W. and Liu, J. (2004). D-Galactose-caused life shortening in Drosophila melanogaster and Musca domestica is associated with oxidative stress. Biogerontology, 5(5), pp.317-326.

(6) Michaelsson, K., Wolk, A., Langenskiold, S., Basu, S., Warensjo Lemming, E., Melhus, H. and Byberg, L. (2014). Milk intake and risk of mortality and fractures in women and men: cohort studies. BMJ, 349(oct27 1), pp.g6015-g6015.

(7) Owusu, W., Willett, W., Feskanich, D., Ascherio, A., Spiegelman, D. and Colditz, G. (1997). Calcium intake and the incidence of forearm and hip fractures among men. J Nutr, 127(9), pp.1782-1787.

(8) Bischoff-Ferrari, H., Dawson-Hughes, B., Baron, J., Burckhardt, P., Li, R., Spiegelman, D., Specker, B., Orav, J., Wong, J., Staehelin, H., O'Reilly, E., Kiel, D., Willett, W. (2007). Calcium intake and hip fracture risk in men and women: a meta-analysis of prospective cohort studies and randomized controlled trials. Am J Clin Nutr, 86(6), pp.1780-1790.

(9) Reuter, S., Gupta, S., Chaturvedi, M., Aggarwal, B. (2010). Oxidative stress, inflammation, and cancer: how are they linked? Free Radic Biol Med, 49, pp.1603-1616.

(10) Manolagas, S., Parfitt, A. (2010). What old means to bone. Trends Endocrinol Metab, 21, pp.369-374.

(11) Nowak-Wegrzyn, A. (2006). Adverse reactions to foods. Med Clin North Am, 90(1), pp.97-127.

(12) Grant, E. (1979). Food Allergies and Migraine. Lancet, 1, pp.966-969.

(13) Formaggioni, P., Summer, A., Malacarne, M., Mariani, P. (1999). Milk protein polymorphism: Detection and diffusion of the genetic variants in Bos genus. Ann. Fac. Med. Vet. Univ. Parma, 19, pp.127–165.

(14) Ng-Kwai-Hang, K., Grosclaude, F. (2002). Genetic polymorphism of milk proteins. In: Fox P., McSweeney, P., editors. Advanced Dairy Chemistry: Volume 1: Proteins, Parts A & B. Kluwer Academic/Plenum Publishers; New York, NY, USA, pp.739–816.

(15) Barnett, M., McNabb, W., Roy, N., Woodford, K., Clarke, A. (2014) Dietary A1 β-casein affects gastrointestinal transit time, dipeptidyl peptidase-4 activity, and inflammatory status relative to A2 β-casein in Wistar rats. Int. J. Food Sci. Nutr, 65, pp.720–727.

(16) Haq, M., Kapila, R., Sharma, R., Saliganti, V., Kapila, S. (2014). Comparative evaluation of cow β-casein variants (A1/A2) consumption on Th2-mediated inflammatory response in mouse gut. Eur. J. Nutr, 53, pp.1039–1049.

(17) Ho, S., Woodford, K., Kukuljan, S., Pal, S. (2014). Comparative effects of A1 versus A2 beta-casein on gastrointestinal measures: A blinded randomised cross-over pilot study. Eur. J. Clin. Nutr, 68, pp.994–1000.

(18) http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=CELEX%3A32006R1662

(19) Beasley, J., Gunter, M., LaCroix, A., Prntice, R., Neuhouser, M., Tinker, L., Vitolins, M., Strickler, H. (2014). Associations of Serum Insulin-like Growth Factor (IGF-I) and IGFBP-3 Levels Biomarker-Calibrated Protein, Dairy, and Milk Intake in the Women's Health Initiative. Br J Nutr, 111(5), pp.847-853.

(20) Melnik, B., John, S., Schmitz. (2013). Milk is not just food but most likely a genetic transfection system activating mTORC1 signaling for postnatal growth. Nutr J., 12, pp.103-112.

(21) Melnik, B., John, S., Carrera-Bastos, P., Cordain, L. (2012). The impact of over-activated mTORC1 signalling and unnoticed bovine microRNA uptake. Nutr&Metab, 9, pp.74-97.

(22) Melnik, B. (2015). The Pathogenic Role of Persistent Milk Signaling in mTORC1- and Milk-MicroRNA-Driven Type 2 Diabetes Mellitus. Curr Diabetes Rev, 11(1), pp.46-62.

(23) Lund, M., Olsen, K., Sorensen, J., Skibsted, L. (2005). Kinetics and mechanism of lactosylation of alpha-lactalbumin. J Agric Food Chem, 53, pp.2095–2102.

(24) Ankrah, N., Appiah-Opong, R., Dzokoto, C. (2000). Human breastmilk storage and the glutathione content. J Trop Pediatr, 46, pp.111–113.

(25) Hegsted, D. (2001). Fractures, calcium, and the modern diet. Am J Clin Nutr, 74(5), pp.571-573.

(26) Feskanich, D., Willett, W., Colditz, G. (2003). Calcium, vitamin D, milk consumption, and hip fractures: a prospective study among postmenopausal women. Am J Clin Nutr, 77(2), pp.504-511.

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